23 de nov. de 2011

Santa Eucaristia

A Santa Eucaristia é o centro sacramental da vida cristã. Mesmo que o Batismo seja importante, é apenas o começo. O crescimento cristão continua durante toda a nossa vida. Esse crescimento é nutrido na medida em que nossa vida está centrada na Santa Eucaristia. No Anglicanismo, a Santa Eucarística, assim como o próprio Cristo, tem muitos nomes. Eucaristia (que significa ação de graças), Santa Comunhão, Ceia do Senhor, Missa e Santíssimo Sacramento são os nomes mais comuns para o ato sagrado que o próprio Senhor instituiu na noite anterior a sua morte na cruz. Você pode aprender muito mais sobre este sacramento, lendo o rito da Santa Eucaristia e o Catecismo do Livro de Oração Comum. Você aprenderá ainda mais se participar regularmente da Eucaristia numa Igreja.
A parte externa da Santa Eucaristia inclui o Pão e o Vinho. A parte interna e espiritual inclui o Corpo e o Sangue de Cristo. Evidentemente, estamos falando aqui da forma como partilhamos da vida de Cristo como membros do seu corpo.
A Eucaristia sempre inclui o ofício da Palavra, quando escutamos o que Deus tem a nos dizer por intermédio da Bíblia. Também inclui a Oração comunitária, onde se encontram todos os ingredientes já mencionados. Então, diferenciando a Eucaristia dos outros ofícios e sacramentos, existem quatro grandes atos envolvendo o pão e o vinho. O primeiro é o ofertório, momento em que o pão e o vinho são oferecidos a Deus. Eles representam as nossas vidas, nossas preocupações, e toda a ordem criada, e são oferecidos em união com a oferta de Jesus Cristo na cruz. O grande ato seguinte é a consagração, a benção, quando Deus recebe aquilo que oferecemos por meio de Jesus Cristo, e o santifica. O terceiro ato é o partir do pão. Originalmente, este ato era funcional (para que um pão pudesse se repartido), mas também é simbólico, vinculando o pão partido por Jesus na Última Ceia, sua oferta voluntária de seu corpo eucarístico. O quarto grande ato é a comunhão, quando Deus compartilha sua vida conosco por meio do pão e do vinho, que são unidos à vida de Cristo, tornando-se para nós o seu Corpo e Sangue, sua oferta de si mesmo para nós e por nós.
Existem duas importantes dimensões nessa ação eucarística. Em primeiro lugar, lembramos, revivemos e participamos dos grandes atos da história da redenção e da salvação. Na Santa Eucaristia, relembramos e participamos na morte e ressurreição de Cristo. Em segundo lugar, reconhecemos que o pão e o vinho se tornam para nós o Corpo e o Sangue de Cristo por meio da ação do Espírito Santo. Na Santa Eucaristia, oramos ao Pai através de Jesus Cristo, e isso é eficaz, pois o Espírito Santo está agindo na Igreja, no Sacramento e em nós.
A Igreja existe para glorificar a Deus e alimentar seu povo. A Eucaristia é o ato central de nossa adoração. Também é a nossa maneira fundamental de nos alimentarmos. Na refeição familiar da Igreja sabemos, que fiel na usa promessa, Cristo compartilha a sua vida conosco, nutrindo-nos com seu Corpo e Sangue por meio da ação do Espírito Santo. Por isso, a nossa liturgia fala sobre o recebimento do alimento espiritual do mais precioso Corpo e Sangue. A Igreja não pode sobreviver sem a Eucaristia. A Eucaristia é sempre presidida por um bispo, sucessor dos apóstolos com quem Cristo instituiu este sacramento, ou por um presbítero ordenado por um bispo para assisti-lo no seu ministério apostólico.
Os dois sacramentos básicos e essenciais do Batismo e da Eucaristia demonstram como o Cristianismo é fundamental. Orgulhosamente afirmamos que Deus age em nossas vidas sem ocasiões palpáveis e de maneira especifica. No Batismo, Deus nos faz cristãos e nos salva. Na Santa Comunhão, Deus se une a sua Igreja e nos alimenta. Essa grande confiança, que caracteriza a fé cristã, está enraizada na nossa crença, que Deus age na história humana, que Ele traz humanidade para sua divindade na encarnação, e que o seu Espírito vive na Igreja e em cada cristão. Como vivemos num mundo material, Deus vem até nós em maneira material por meio de sacramentos concretos.
Extraído do Livro O Jeito de Ser Anglicano, escrito por John Baycroft