15 de nov. de 2011

A BÍBLIA

A vida da Igreja busca sua força na Bíblia, na Oração e nos Sacramentos. Todo iniciante precisa aprender a se encontrar com Deus por meio dessas três formas, porque Deus nos estende a sua mão nessas fontes de água viva. A água viva é Jesus Cristo. Ele é o próprio Deus que se entrega a nós. Uma vida cristã sólida e uma comunidade cristã saudável sempre estarão baseadas nesses três dons de Deus, que são os instrumentos dessa auto entrega.
Em primeiro lugar, voltemos nossa atenção para a Bíblia. Uma pessoa que por curiosidade visitasse uma paróquia anglicana descobriria logo que a Bíblia tem grande importância. Nós a lemos em voz alta sempre que nos reunimos para louvar a Deus. Isso nos faz lembrar que o estudo da Bíblia é mais do que uma simples atividade particular. A nossa atitude é muito importante, quando tentamos ouvir a Deus falando conosco. Escutar uma leitura bíblica na congregação reunida enfatiza que essa ação é uma ação comuntária. A Bíblia pertence a comunidade e para o benefício dela. Uma atitude individualista não nos leva muito longe no Cristianismo. Precisamos da Igreja para nos ajudar a escutar a Palavra de Deus. A Bíblia é explicada e interpretada pelos pregadores e professores, sendo muitas vezes citadas nas discussões da Igreja para dar autoridade as decisões ou para justificar determinados procedimentos. Pequenos grupos de critãos se reúnem com frequência para estudar a Bíblia em conjunto. A mensagem da Bíblia penetra em nossa vida comunitária.
Todo cristão é incentivado a ler pessoalmente a Bíblia com regularidade e também a ouvir a sua leitura nas celebrações públicas. Um dos passos mais improtantes que um iniciante deve seguir é se tornar assíduo leitor e estudioso da Bíblia. O estudo da Bíblia não é difícil. Entretanto, infelizmente, alguns iniciantes resolvem começar seu estudo no início da Bíblia, mas logo perdem o interesse. Depois do primeiro choque cultural provocado pelos extraordinários mitos da criação, pelas maravilhosas sagas dos patriarcas e pelas dramáticas histórias do Êxodo, o leitor pode se perder na "selva" dos livros de Levítico e de Números. Os mais dedicados podem perseverar e encontrar o caminho e finalmente chegar até o Apocalipse, que está no final do Novo Testamento. Mas eu acho que é melhor para a maioria ler de maneira seletiva.
Para começar, sugiro que você leia um dos evangelhos. Não importa qual você resolveu escolher. Eventualmente, lerá todos os quatro mais de uma vez. Se começar com Mateus, receberá logo de presente o Sermão da Montanha. Lucas conta umas das melhores parábolas de Jesus. João é repleto de reflexões profundas numa linguagem simples. Marcos é o mais curto e é bem direto. Um bom método é ler uma pequena passagem cada dia e refletir sobre ela. Também ajuda se o iniciante ler rápido um evangelho inteiro para sentir todo o impacto da história.
Depois sugiro que leia um ou dois salmos por dia. Se o primeiro não lhe disser nada, então leia outro. Raramente precisamos ler um terceiro salmo para que as palavras estimulem nossa imaginação e pensamentos. Os salmos também nos ajudam a falar com Deus. Continue lendo os Atos dos Apóstulos, para sentir o ambiente da Igreja primitiva. Depois leia Amós e veja como as reflexões religiosas do profeta do século VIII antes de Cristo ainda podem ser atuais. Agora estará pronto para ler a carta de Paulo aos Gálatas. Você chegou ao ponto de fazer a sua própria seleção.

Extraído do Livro O Jeito de Ser Anglicano, escrito por John Baycroft.